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Um defunto autor

Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. Ficha técnica: Título: Memórias Póstumas Autor: Machado de Assis. Ano: 2001 Direção: André Klotzel Duração: 101 minutos. Eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, é, sem dúvidas um dos clássicos da literatura, escrito pelo infindável Machado de Assis. Recentemente dispus da oportunidade de assistir a adaptação cinematográfica dirigida por André Klotzel, o qual me surpreendeu com uma narrativa difusa e intrigante. Reginaldo Faria, com sua interpretação irônica e humorística contribui para o desenvolvimento do protagonista. A história se inicia com o personagem Brás Cubas, já falecido, contando detalhes de sua história. O Início é um olhar rápido que vai do seu nascimento até sua iniciação amorosa na juventude. Estando já formado, seu pai deseja que ele seja inserido na política e case-se com uma jovem moça chamada Virgilia, que, ao tardar da história se tornará sua complicação romântica. Mas, seus planos são interrompidos quando sua indecisão tem consequências e seu concorrente Lobo Neves casa-se com Virgilia e torna-se deputado. Anos passam e a trajetória de Brás torna-se cada vez mais complexa, quando aos 60 anos a melancolia toma conta de si. Amargurado, tem a ideia de ciar um emplasto que curaria todas as dores da humanidade “de azia a melancolia”, mas, antes que pudesse finalizar sua invenção, acaba por contrair pneumonia e falecer. O defunto autor, fecha a trama afirmando que pelo menos fez algo de bom em sua vida. Diz: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” Vejo em Brás Cubas, um homem que nasceu na alta sociedade da época, rodeado por privilégios, mas, que, teve como decadência, sua própria indecisão.

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